O advogado paulista Marco Antonio Valencio Torrano é autor de diversos livros relacionados à área de Direito e Concursos público, entre eles, “Como resumir melhor?” e “Evernote: para concursos públicos“.
Seu interesse pela “arte” de resumir começou na faculdade quando se deparou com a enorme quantidade de matérias e assuntos jurídicos do direito brasileiro.
Até o ano passado, Marco usava apenas o Google Drive para anotações e resumos, porém, ao ter o primeiro contato com o Evernote, tem usado a ferramenta – e a integração com o Drive – para se organizar melhor.
Você lançou um e-book chamado “Como resumir melhor?” Como passou a se interessar pelo tema?
A curiosidade começou desde a faculdade. Sempre perguntava aos supervisores de estágio (concursados) como estudar para concursos públicos. Cada um contava um método diferente e nenhum mencionou a ajuda de aplicativos ou ferramentas digitais. Percebi que existia um campo no Direito a ser enfrentado (ou seja: a junção de dispositivos eletrônicos com o Direto). Com isso, a curiosidade sobre o tema foi crescendo mais ainda. Hoje, depois de anos, apresento – como escritor – métodos e meios ligados ao Evernote para concursandos e profissionais do Direito.
Como foi que se especializou no assunto?
Há três anos lido dia a dia com o tema, principalmente porque – mesmo sendo escritor, advogado e trabalhar em um curso preparatório para concursos públicos – continuo estudando para almejar o tão sonhado cargo de defensor público. Resumir assuntos jurídicos passou a ser um hábito profissional necessário, tendo em vista a quantidade altíssima de matéria e assuntos jurídicos no Direito brasileiro. E, nesse contexto, o Evernote se sai muito bem.
Qual foi a primeira vez que você teve contato com o Evernote?
Foi no início de 2016, quando li a tese defendida por Silvia Maria de Sequeira e Thiago Alves de Almeid, chamada a “Utilização do programa de computador Evernote para cadastrar os assistidos e seus processos”. Ao terminar de ler a tese vitoriosa, fiquei curioso. Porque sabia usar o Google Docs, mas não cogitava que outro programa – no caso, o Evernote – poderia ajudar na prática processual (digo: no meio jurídico). Quando conheci o Evernote e suas ferramentas relacionei ele logo com a possibilidade de usá-lo como instrumento de estudo. E funcionou perfeitamente. Qualquer método de estudo adequa-se ao Evernote. Isto é incrível. Enfim, hoje, o Evernote está presente na minha vida pessoal (armazenar contas e documentos pessoais), no meu trabalho (advogado, escritor e professor) e como concursando (estudos).
A minha vida está organizada só no Evernote (digo: literalmente).
E como você tem usado o Evernote para se organizar e resumir melhor, desde então?
Basicamente, relaciono o Evernote com os editais de concursos públicos. Uso dois cadernos (um: para organização; dois: para elaboração dos resumos). No caderno-organização, crio notas (cada nota representa uma matéria do concurso). Neste passo, em cada nota divido os itens do edital, para usar o sistema de “link de notas“. Por sua vez, no caderno-resumos, resumo por assunto/tema. A ideia central é organização para futura revisão, e nisto o caderno-organização com os links funciona perfeitamente, porque ele me joga para a nota-resumo. Finalizado tudo, tenho o meu edital resumido/sintetizado/organizado. Nos meus dois livros explico passo a passo. Outra grande novidade que me ajuda muito é o sistema IFTTT, que também explico no meu livro para ajudar os concursandos que usam as redes sociais como instrumento de estudo.
Você usa outras ferramentas para esse propósito?
Uso – de forma bem esporádica – o Notability (iPad). No entanto, tento deixar tudo em um programa só. Mudar de aplicativo/ferramenta quebra com a produtividade e a organização. Por isso, a minha vida está organizada só no Evernote (digo: literalmente).
Você é um advogado criminalista. Qual o valor o Evernote tem na sua profissão?
Antes do Evernote, usava o Google Drive somente. Desde 2016, quando houve a integração dos dois, faço as minhas peças jurídicas no Google Docs e depois organizo em nota a movimentação processual de cada cliente (para um cliente, uma nota). Além disso, existem várias maneiras de usar o Evernote. No meu caso:
- compartilhar teses jurisprudenciais em link externo;
- gravar audiência ou eventual conversa com o cliente;
- uso de lembretes para interposição de recursos;
- organizar a movimentação processual de cada processo;
- armazenar a documentação dos clientes pela integração (Evernote e Google Drive).
Pontos favoráveis disso tudo:
- consigo otimizar a petição com links externos (vídeos e áudio);
- não uso pen-drive (= evito vírus de computador);
- meu escritório está comigo aonde quer que eu vá.
Isso cada vez mais se tornará comum, até mesmo porque os tribunais brasileiros estão se adaptando ao sistema de peticionamento eletrônico. A ideia de arquivo físico em escritórios, sublinho, é passado e o Evernote está presente para fortalecer a mudança.
O que mudou depois de passar a usá-lo?
Em poucas palavras, ajudou em dois pontos: organização e produtividade. Porque não penso mais em qual aplicativo/ferramenta usar. Tenho a certeza de que utilizo os melhores para o dia a dia (no meu caso: Evernote e Google Drive).
Qual recurso você mais usa?
Como advogado, a integração do Google Drive com o Evernote. Já, como estudante, os preferidos:
- lista com marcadores;
- gravação em áudio;
- anexar fotos/imagens;
- adicionar esboço/desenho, usando a Apple Pencil.
Você tem um método próprio para se organizar com o Evernote?
Particularmente, nos estudos, o melhor método que encontrei ao meu caso – e outros colegas estão adotando – foi o uso dos links de notas entre caderno-organização (dividido por itens do edital de concurso público) e caderno-resumos (meus resumos em notas no Evernote).